sábado, 31 de março de 2012

quinta-feira, 29 de março de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

De Roupão

Recebeste-me de robe vestido. Cheiravas bem, a jardim, rosas e jasmim perfumavam o ar à tua volta. A tua casa estava envolvida numa penumbra quase diabólica. A manhã acordava ainda. O robe, branco, fofo, dava-te pelos joelhos e o teu peito adivinhava-se, atrevido, inquietante. Vislumbraste o meu olhar que se perdia nessas curvas lindas que o robe desenhava do teu corpo. Ao entrar, pude quase tocar o teu cabelo ainda molhado do duche que tinhas tomado.
Enquanto fechavas a porta, olhei o teu corpo, agora de costas. As curvas continuavam perfeitas. O teu rabo era quase um grito do teu corpo que me chamava. Era quase como se eu tivesse que fazer o que fiz. Aproximei-me de ti, peguei em ambas as tuas mãos e elevei-as bem alto, uma de cada lado da porta que tinhas acabado de fechar. Ouvi-te dizer: por favor, mas percebeste que todo o teu corpo dizia que sim. O teu robe subiu um pouco e pude sentir parte das tuas pernas encostadas em mim. Beijei suavemente a tua nuca, perfumada, ainda molhada do resto das gotas que o teu cabelo ia expulsando. A minha língua passeava agora no teu pescoço, de um lado para o outro, enquanto sentia a tua boca entreabrir-se e os teus olhos que se fechavam ao teu sentir.
Deixei-te as mãos lá em cima e as minhas sossegaram nos teus ombros. Virei a tua boca para mim e as nossas línguas cruzaram-se numa volúpia maravilhosa, a minha língua saiu da tua boca e continuou, molhando a tua face cheia de prazer. As minhas mãos deslizaram no teu robe, devagarinho, até às tuas ancas. Ao mesmo tempo que sentia que afastavas o teu corpo da porta, verifiquei que tinhas aberto um pouco as tuas pernas, como se te quisesses segurar bem entre a porta e o chão. As minhas mãos não pararam aí, desceram mais um pouco, até onde o teu robe te defendia e encostaram na tua pele, nas tuas pernas ligeiramente abertas, ali, junto do exterior dos teus joelhos. Subi-as e com elas, as minhas mãos, ia trazendo o teu robe, devagarinho, sempre na parte de fora das tuas pernas.
Ajoelhei-me atrás de ti e continuei a subir o teu robe com as minhas mãos mas elevando-as para o interior do teu corpo até encontrar a curva belíssima das tuas nádegas. Os meus olhos iam descobrindo, tão lentamente como podiam, o formato das tuas pernas até que o teu robe já estava na tua cintura. O teu rabo, lindo, tinha as curvas perfeitas para poderem receber os meus lábios e a minha língua. Sentias a minha boca aberta, respirando-te enquanto as minhas mãos, ainda segurando o robe, deslizavam para o teu ventre, uma de cada lado, tão simétricas que pareciam ter vida própria. Abrias cada vez mais as tuas pernas, tal o prazer que sentias. Os meus dedos, dois ou três de cada lado chegavam, calmamente, ao teu sexo, molhado, ofegante, quase perdido do mundo. As tuas pernas abriram-se mais e a minha língua, afoita atrás de ti, procurava agora cumprimentar os meus dedos que já te tocavam á muito.
Reconheço que demorei mais tempo do que tu podias suportar para promover o encontro da minha boca com os meus dedos, bem na entrada do teu sexo, ofegante e molhado. Deixei que o robe caísse e fiquei dentro dele, beijando o teu sexo, o teu rabo, as tuas nádegas quentes. As minhas mãos, agora perdidas nas tuas nádegas, abriam as tuas pernas ainda mais e podia, agora sim, beijar onde os meus dedos estiveram. E beijei, molhei os meus lábios de ti, uma e outra vez até que, por vezes, tu já nem sequer sabias onde estava a minha boca, a minha língua, os meus dedos. Gemias, louca, perdida num prazer novo, que pensavas não existir e nunca pensaste sentir. As tuas mãos fincavam a porta, como se uma felina te estivesses a tornar.
De língua feliz mas exausta, obriguei as minhas mãos a abrirem o teu robe e a subirem rapidamente até aos teus seios, duros, mamilos rijos, quentes, muito quentes. Com as minhas mãos, também o meu corpo subiu e pudeste sentir, nas tuas nádegas ainda molhadas da minha língua, o meu sexo, excitado, duro, penetrante, revelador do prazer que me estavas a dar. Imediatamente, enquanto as minhas mãos tentavam perceber o quanto excitados estavam os teus seios, as tuas, atrevidas, quase como se tivessem ganho vida, foram de encontro ao meu sexo e rapidamente senti os teus dedos tentando descobrir como libertar o meu prazer das calças que agora se tornavam prisão. Deliciado, deixei-te descobrir enquanto suavemente te ia apertando os seios, um e outro, um contra o outro, uma e outra vez, enquanto sussurrava ao teu ouvido palavras soltas, cheias de excitação, prazer e deleite.
As minhas calças caíram e os meus boxers já estavam molhados do que tinha sentido até aí. O meu sexo era agora rodeado por uma das tuas mãos, que o violentava, assim mesmo, ainda vestido. Excitada, puxavas-me para ti para que o sentisses no teu rabinho lindo e movimentavas-te para que ele te tocasse suavemente a pele para cima e para baixo, entre as tuas nádegas.
Farta de me ver assim vestido, as tuas mãos rapidamente entraram nos meus boxers e abraçaram o meu sexo, de uma forma quase violenta. Sentiste, na ponta dos teus dedos, o quanto molhado estava. Sentiste neles o meu líquido de prazer e senti que escorria cada vez mais para ti, por ti, por causa de nós.
Cadenciadamente, tocavas-me, devagar, sentindo cada segundo de mim, cada centímetro de mim. Compassadamente encostavas-me a ti, como se quisesses pintar as tuas nádegas com o prazer que vinha de mim. As minhas mãos, essas, continuavam perdidas nos teus seios, os meus lábios perdidos na tua nuca.
O instinto que nos guiava deixou o meu sexo bem junto do teu, roçando suavemente, como se quisesse chamar a atenção. Deliravas de prazer quando colocavas a tua mão defronte do teu sexo e te movimentavas, para a frente e para trás, até que o meu sexo tocava os dedos da tua mão, à porta de ti.
Sabia que estava prestes a entrar dentro de ti mas eu não o queria fazer assim. Queria ver-te, quando entrasse dentro de ti. Afastei-me.
Virei o teu corpo para mim, encostei as tuas costas na porta que longos minutos antes me tinha recebido. O robe, aberto, já nada escondia de ti. Tirei as minhas calças e os meus boxers e delicadamente encostei o meu sexo no teu ventre para que o sentisses molhado. As minhas mãos desceram ao teu sexo e os meus dedos, ainda mais delicadamente, abriram os teus lábios molhados para que pudessem eles também sentir o prazer que há muito escorria de ti.
Deixei que os meus dedos escorregassem para dentro de ti e a tua mão, caprichosa, envolvia o meu sexo de novo, tocando-me ora devagar ora mais depressa, como que a dizeres-me como querias que os meus dedos se comportassem dentro de ti. Fomos um movimento único, a tua mão no meu sexo, os meus dedos no teu. Aí, dentro de ti, sentia que os meus dedos se perdiam nesse vulcão de lava transparente, que se contorcia a todo o momento, prestes a explodir.
Ficámos cinco, dez, vinte minutos nesta placidez quase intemporal, sentindo o sexo um do outro. Atrevida, de quando em vez, trazias o meu sexo até ao teu e por ali ficavas, em longos mas secretos toques, como se fossem beijos de adolescentes tímidos.
Ambos sentíamos que necessitávamos de nos preencher mas tu ainda querias mais sentir, sentir mais prazer. O teu corpo, como que inerte, escorregou pela porta fechada e as tuas mãos, que nunca deixaram de me tocar, ficavam agora ao nível da tua boca. O meu sexo, estava quente mas juro que senti uma chama quase infernal quando os teus lábios o beijaram, suave mas firmemente. A tua língua, essa sim, foi sentida quase que como se fosse uma extensão dos teus dedos, pela pouca pressa que tinha em percorrer o meu sexo, uma e outra vez, em baixo, em cima, nele mesmo.
Sem vontade de sair dali, o meu sexo entrava vagarosamente na tua boca, procurava o refúgio dentro de ti e enquanto lá estava, a tua língua não parava, nunca, como se tal fosse necessário para poderes sobreviver. Tão bom sentir o quente da tua boca e perceber que me sentias cada vez mais fundo, como se me quisesses na minha plenitude.
Não sei quanto tempo ali estiveste. Perdi-me nos minutos incontáveis em que chorei pelo teu amor ser tão puro e tão sincero. Deixei-me do mundo, esqueci-me de mim, apenas me lembrei da cor dos teus olhos, do sabor do teu sexo, do cheiro a jardim, de rosas e jasmim.
Precisava de estar dentro de ti, precisava que o meu sexo e o teu parassem de se procurar, que se abraçassem e se fustigassem até que a noite chegasse.
Levantei-te e quis sentir-me, bem de dentro da tua boca. O beijo foi longo, as línguas, tenho a certeza, gastaram-se de tanto saltarem de um lado para o outro. Queria que te sentisses também. Ajoelhei-me, abri as tuas pernas, abri o teu sexo e a minha língua trouxe o que gotejava de ti e pudemos fundir-nos, nas nossas bocas, as nossas línguas e os nossos sabores.
A tua perna esquerda, levantei-a por debaixo do teu joelho até á altura da minha cintura, peguei na tua mão e coloquei-a no meu sexo e pedi-te, suavemente, ao ouvido, para que me levasses para dentro de ti. Ao ouvires estas palavras, senti-te arrepiar, senti que quase que explodias e senti-me, eu e o meu sexo, tocando-te, a ti, ao teu sexo.
Entrei sem respirar, a tua mão ia ficando para trás enquanto eu desaparecia dentro de ti, que me recebia molhado, apaixonado. Ouvia-te dizer que me amavas, que me querias, que me querias em ti, dentro de ti. Pedias-me para que eu não tivesse medo de me encontrar perdido dentro de ti e assim fiz, até que me abraçaste e os nossos corpos se sentiam, pela primeira vez, juntos.
Não consigo descrever o que é estar dentro de ti. Sei que estás quente como eu, molhada como eu, sei que me apertas dentro de ti da forma como aconchegamos quem queremos muito e bem. Sei que nos sentimos como se o mundo parasse e desejamos, mesmo que o não digamos, que tudo se resumisse àquele momento mágico de amor, de paixão, de desejo, de prazer.
Estavas imóvel, olhei os teus olhos fechados, tão fechados quanto aberta estava a tua boca. Passei a minha língua nos teus lábios, um e depois no outro. Perguntei-te o que estavas a sentir: apenas pude ouvir “ Sinto-me mulher”. Imediatamente senti que entrava e saía de dentro de ti, num ritmo alucinante, quase mortal. A tua perna esquerda empurrava o meu corpo para dentro de ti e a cada vez que em ti entrava, parecia que ia mais longe, mais fundo, mais perto da tua essência.
Senti que estavas perto do orgasmo mais sentido da tua vida. Olhaste nos meus olhos e sussurraste: “ vem-te comigo”.
Pedi-te apenas que gritasses o meu nome e eu gritaria o teu.
Se por algum motivo aquele amor tivesse sido visto pelo mundo inteiro, tenho a certeza que nunca saberiam quem tinha gritado mais alto o nome um do outro. Explodimos os dois, como se tal tivesse sido a única coisa para que tivéssemos vivido até esse momento. O meu prazer e o teu juntos, ofegantes, misturando-se nas paredes escaldantes do interior do teu sexo. O meu orgasmo nunca mais terminava e a cada espasmo de prazer, sentias-me de novo, como se fosse a primeira vez.
Renascemos os dois, ali, naquele momento próprio de dois amantes que se amam mais do que amam o corpo um do outro, mais do que amam o seu próprio corpo. Devagar, ajoelhamo-nos os dois e assim roubámos o mais longo e sentido abraço que um orgasmo pode oferecer. O teu orgasmo e o meu orgasmo como se de um único orgasmo se tratasse. Um longo abraço afinal.